A Iniciativa Liberal considerou hoje que Portugal, além de descoordenado e pouco preparado para a epidemia, ainda não está pronto para o "plano de retoma que urge fazer", reiterando nenhuma das medidas de contenção necessitava do estado de emergência.
"Temos que pensar no futuro e temos que preparar o futuro e continuo a achar que, passado três reuniões, as perguntas que fizemos na primeira sobre os planos de testes necessários para saber qual a real extensão da pandemia, qual a real extensão do número de imunizados em Portugal são absolutamente cruciais e continuo a não ver nem a coordenação nem o sentido de urgência que estas medidas exigem", criticou.
O deputado único da Iniciativa Liberal falava hoje aos jornalistas no final da terceira reunião para avaliar a situação epidemiológica da covid-19 em Portugal, promovida pelo Governo e que envolveu todos os atores políticos bem como parceiros sociais.
João Cotrim Figueiredo foi mais longe das críticas: "da mesma forma que achei que estávamos descoordenados e pouco preparados para a epidemia até agora, começo a achar que estamos pouco preparados para o plano de retoma que urge fazer".
O deputado começou por referir as "notícias encorajadoras relativamente ao evoluir da pandemia", remetendo para as declarações que o Presidente da República fez imediatamente antes.
"Realmente o mês e abril é o mês para continuar a manter as medidas de contenção, que eu aproveito para aqui defender sem hesitação e explicar que o voto contra o estado de emergência da Iniciativa Liberal não foi contra as medidas de contenção, mas sim contra o excesso de poderes que, para além das medidas de contenção, estavam contidos nesse decreto", reiterou.
Para o também líder dos liberais, "nenhuma das medidas de contenção adotadas e que estão a produzir estes resultados necessitava do estado de emergência".
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,3 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 75 mil.
Em Portugal, segundo o balanço feito na terça-feira pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 345 mortes, mais 34 do que na véspera (+10,9%), e 12.442 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 712 em relação a segunda-feira (+6%).
Dos infetados, 1.180 estão internados, 271 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 184 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.