Os social-democratas de Vila do Conde, força de oposição no concelho, reconhecem que o cancelamento das festividades, anunciada na sexta-feira pela autarquia, foi uma decisão "sensata e em tempo oportuno", mas querem que o dinheiro que estava destinado à programação seja usado para "a aquisição de testes, equipamento de proteção individual, apoio à população em situação mais frágil e às IPSS".

"Apesar do valor habitualmente transferido para a Comissão de Festas seja significativo - 250 mil euros -, será certamente insuficiente para responder à crise sanitária que enfrentamos e à crise económica que se lhe seguirá. Manifestamos a disponibilidade para colaborar numa revisão ao orçamento municipal, de modo a dotar a câmara dos recursos necessários para enfrentar as atuais circunstâncias", pode ler-se num comunicado enviado pelo PSD/Vila do Conde.

A comissão política concelhia do PSD considerou, ainda, ser "urgente" que a câmara municipal comunique à comunidade escolar, "como vai atuar no início do 3.º período, no que concerne às refeições dos alunos com escalão A" e se dará apoio às escolas para implementar medidas de ensino à distância.

Foram, também, pedidos esclarecimentos sobre possíveis "reduções ou isenções no pagamento do IMI, IRS, derrama e tarifário da água" aos munícipes e requisitado "um aumento da fiscalização através das forças de segurança a quem não cumpre o isolamento social".

O PSD/Vila do Conde sugeriu, por fim, a "constituição imediata de um gabinete de crise, com coordenação da presidente de câmara, e envolvendo todas as forças políticas com assento nos órgãos municipais, dotado de poderes para preparar medidas e acompanhar a sua execução".

Numa reação a estes pedidos do PSD/Vila Conde, a câmara municipal garantiu que "desde a primeira hora esteve no combate às consequências sociais e económicas provocadas pela covid-19".

"A câmara municipal tem dado uma resposta antecipada e pronta aos problemas provocados pela pandemia, seguindo todas as questões de muito perto e implementando inúmeras medidas de apoio à população e tecido económico, com especial cuidado com os mais vulneráveis. Tudo isto representa um considerável investimento, mas que nesta fase não interessa quantificar. As pessoas são a prioridade não a política", afirmou à agência Lusa a presidente da câmara, Elisa Ferraz.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,3 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 75 mil.​​​​​​​

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 345 mortes, mais 34 do que na véspera (+10,9%), e 12.442 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 712 em relação a segunda-feira (+6%).