O governador democrata do Wisconsin ordenou hoje o adiamento para junho das eleições primárias do Partido Democrata e do Partido Republicano que estavam marcadas naquele estado para terça-feira, por causa dos receios de contágio com o novo coronavírus.
A poucas horas do início da votação, Tony Evers emitiu uma ordem executiva que prevê o adiamento das primárias para 09 de junho, justificando que “nenhum cidadão do Wisconsin deveria ter de escolher entre exercer o seu direito constitucional de voto e estar seguro, protegido e saudável”.
“É minha obrigação proteger as pessoas e foi por isso que assinei hoje este decreto", escreveu o governador Evers.
Esta ação de última hora por parte do governador democrata poderá ser provavelmente contestada em tribunal, segundo estão a avançar os ‘media’ norte-americanos.
Os dois órgãos legislativos estaduais do Wisconsin (Câmara e Senado), controlados pelos republicanos, não deram seguimento ao pedido de adiamento de Tony Evers durante uma sessão realizada no fim de semana e confirmaram a decisão de manter as mesas de voto a funcionar para as eleições primárias naquele estado.
Agora, um recurso contra o decreto do governador poderá ser levado à justiça.
A par das eleições primárias, que irão determinar os candidatos presidenciais democrata e republicano para as eleições presidenciais de novembro, também estão em jogo eleições locais (para vários órgãos judiciais e de poder local), às vezes cruciais para o equilíbrio de poder a nível estadual, o que poderá explicar o confronto político em torno desta votação.
Wisconsin era o único dos 11 estados com eleições primárias agendadas para abril que ainda mantinha a votação presencial, depois de outros 10 estados terem adiado o ato eleitoral ou terem optado por uma votação via correio.
Segundo os últimos dados, os Estados Unidos contabilizam cerca de 9.700 mortes associadas à doença covid-19, em cerca de 340.000 casos de infeção.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,2 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 70 mil.
Dos casos de infeção, mais de 240 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.