A Universidade do Porto (UP) vai atribuir um subsídio único de 350 euros a estudantes "diretamente afetados" pela pandemia da covid-19 para suportarem, durante um mês, as despesas de alojamento e alimentação, anunciou hoje à Lusa o pró-reitor.
Este "subsídio de emergência", de prestação única, destina-se a qualquer estudante, quer nacional quer internacional, que esteja a sofrer "graves carências económicas e sociais", designadamente desemprego, doença ou outras situações de fragilidade social por força do novo coronavírus, disse.
O professor José Castro Lopes explicou que os destinatários deste apoio são aqueles que, por exemplo, para suportarem os seus estudos tinham um emprego e ficaram sem ele por força da crise e, dessa forma, sem meios de subsistência.
"O nosso objetivo é que nenhum estudante seja obrigado a abandonar a universidade por causa de carências económicas decorrentes da crise provocada pela covid-19", sublinhou.
Este valor de 350 euros resulta de um cálculo com base naquilo que um aluno teria de pagar para ficar um mês nas residências da universidade e almoçar e jantar todos os dias nas suas cantinas, adiantou.
José Castro Lopes frisou que este subsídio será de apenas um mês podendo, contudo, ser prolongado mediante a evolução da pandemia e dos capitais próprios da UP.
"Este apoio extraordinário é fruto de um fundo de emergência constituído por capitais próprios da UP", vincou.
Os estudantes, de todos os ciclos de estudo, podem candidatar-se ao subsídio de emergência covid-19 entre os dias 06 e 10 de abril, através do site dos Serviços de Ação Social da UP, salientou.
Após o encerramento das candidaturas, a UP compromete-se a avaliar as mesmas em 10 dias úteis, ressalvou.
O pró-reitor vincou que este apoio extraordinário é apenas para os alunos "diretamente afetados" pela pandemia, não se aplicando a outros casos, nomeadamente aos que beneficiam de uma bolsa porque têm mecanismos de ação social próprios e estabelecidos.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 246 mortes, mais 37 do que na véspera (+17,7%), e 9.886 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 852 em relação a quinta-feira (+9,4%).
Dos infetados, 1.058 estão internados, 245 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 68 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.
Além disso, o Governo declarou no dia 17 de março o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.