Habituadas a aconselhar as populações e a garantir-lhes acesso aos medicamentos essenciais, “as farmácias portuguesas estão, também elas, na “linha da frente” deste combate”, assegura Paulo Cleto Duarte, presidente da Associação Nacional de Farmácias em entrevista ao Canal S+. A prova disso é que uma dezena de Farmácias se viu forçada a encerrar portas perante a confirmação de contágio dos seus profissionais.

A escassez de materiais de proteção individual, como é o caso de luvas e máscaras descartáveis para além das viseiras e álcool gel, seja para os profissionais de saúde, seja para os cidadãos, tem contribuído para um maior número de casos de infeção. Simultaneamente surgem todos os dias práticas comerciais condenáveis e pouco éticas, sobretudo quando está em causa o acesso a medicamentos ou bens que propiciam saúde. Os relatos de empresas de abastecimento destes materiais que passaram a cobrar o dobro e, em alguns casos, o triplo do valor habitual, fazendo disparar os preços, preocupa a ANF e levou Paulo Cleto Duarte a exigir uma regulação efetiva do sector.

O presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF) aplaude a intervenção da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) ao fiscalizar os seus associados. Paulo Cleto Duarte acrescenta que é a única forma de mostrar aos portugueses a relação de transparência e de confiança que devem ter com os farmacêuticos.

Para fazer face a todas as situações mais complicadas em lares, idosos que vivem com elevado grau de isolamento ou para pessoas que, neste momento, não se podem deslocar ao hospital, a ANF criou uma linha telefónica para encomenda direta de medicamentos. Os interessados em requisitar o serviço, só têm de ligar para o 1400. A nova linha permite fazer encomendas, mas paralelamente faz aconselhamento. 

A nova linha de encomenda de medicamentos surgiu em parceria com a rede dos CTT-Expresso, esclarece Paulo Cleto Duarte. O presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF) lembra ainda que a atual pandemia Covid-19 vai ter consequências sociais e económicas muito severas e, por esse motivo, foi lançado um programa complementar ao ABEM, - de apoio a pessoas carenciadas de todo o país que não têm meios financeiros para comprar medicamentos. O programa ABEM COVID-19 é um reforço de ajuda essencial e determinante que conta com o apoio de toda a sociedade portuguesa, que esteja disponível a contribuir para ajudar quem mais precisa. 

O programa ABEM, tem como embaixadora a antiga ministra da Saúde, Maria de Belém Roseira, já apoia 13 mil pessoas em 170 localidades do país, num esforço conjunto com as autarquias locais.