A Copa-Cogeca, organização europeia de defesa das cooperativas agrícolas, da qual a portuguesa Confagri faz parte, pediu a Bruxelas a alteração dos programas operacionais e a antecipação de ajudas, perante o impacto do novo coronavírus no setor.
“Conscientes das dificuldades crescentes dos produtores de frutas e hortícolas e das suas cooperativas, em consequência da pandemia covid-19, a Copa-Cogeca apresentou à Comissão Europeia um conjunto de propostas de apoio ao setor e de ajustamento das regras de gestão administrativa dos programas operacionais das organizações de produtores”, indicou, em comunicado, a Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (Confagri).
Entre as medidas solicitadas a Bruxelas encontra-se a alteração dos programas operacionais, sem limite percentual e sem a autorização do Estado-membro e a possibilidade de realização de retiradas, “mesmo não estando previstas no programa operacional”.
Paralelamente, é proposto o desenvolvimento de um “programa imediato” de retiradas, de modo a permitir o acesso a organizações não reconhecidas para solicitar “problemas urgentes de pequenos frutos”.
Por outro lado, as cooperativas querem que os produtores possam ter a possibilidade de solicitar adiantamento das ajudas, bem como um aumento da assistência financeira da União Europeia para 60%.
No documento, são ainda solicitadas “medidas extraordinárias” de apoio à manutenção dos postos de trabalho.
“Esta pandemia terá efeitos negativos muito duradouros no setor das frutas e hortícolas. A Comissão deve, portanto, tomar medidas urgentes, pois essas decisões moldarão o futuro do setor nos próximos meses e anos”, lê-se no comunicado.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 54 mil.
Dos casos de infeção, cerca de 200.000 são considerados curados.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 246 mortes, mais 37 do que na véspera (+17,7%), e 9.886 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 852 em relação a quinta-feira (+9,4%).
Dos infetados, 1.058 estão internados, 245 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 68 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, mantém-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.
Além disso, o Governo declarou no dia 17 de março o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.