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Covid-19: Israel destaca militares para ajuda em cidade no centro da epidemia

LUSA
03-04-2020 17:48h

O primeiro-ministro israelita em funções, Benjamin Netanyahu, deu hoje “luz verde” ao destacamento de soldados para ajudarem as autoridades civis em Bnei Brak, cidade ultraortodoxa que estará no centro da pandemia de covid-19 em Israel.

O Estado hebreu registou 36 mortos e mais de 7.000 casos do novo coronavírus, metade dos quais, segundo os ‘media’ locais, nas comunidades de judeus ortodoxos, que representam cerca de 10% da população do país.

A recusa de numerosos ultraortodoxos de respeitarem as medidas de confinamento e de distanciamento social das autoridades levou a polícia a fazer patrulhas especiais nos bairros religiosos e as autoridades a limitarem os acessos a Bnei Brak.

Esta cidade maioritariamente ultraortodoxa, que conta com cerca de 200.000 pessoas, localiza-se nos subúrbios de Telavive.

“Na sequência de restrições ligadas ao coronavírus e tendo em conta a situação particular em Bnei Brak, as forças armadas israelitas vão prestar imediatamente assistência ao município de Bnei Brak para lhe permitir cumprir as suas responsabilidades”, declarou o primeiro-ministro.

Netanyahu, que regressou na quinta-feira a um confinamento voluntário depois do ministro da Saúde, o ultraortodoxo Yaacov Litzman, ter testado positivo, fez as declarações no final de discussões com responsáveis militares e de segurança do país.

O exército vai enviar para Bnei Brak o equivalente a dois batalhões, o que representa entre 800 e 1.000 militares, precisou o porta-voz da instituição, Jonathan Conricus, assegurando que a sua missão é “assistir” as autoridades civis devido “à relativa falta de aplicação das instruções do Ministério da Saúde” na cidade.

Os soldados vão distribuir alimentos e medicamentos, ajudar na transferência de algumas pessoas que tenham sintomas do vírus e realizar uma “campanha de informação”, dado numerosos ultraortodoxos não recorrerem aos mesmos ‘media’ que o resto da população.

Com coletes cor de laranja, luvas e máscaras, a “maioria” dos soldados não estará armada, sublinhou.

“Uma pequena percentagem de comandantes estará armada”, precisou Conricus, numa conferência de imprensa ‘online’ para um pequeno grupo de jornalistas.

“Prevemos que haverá mal-entendidos, talvez também frustração e talvez mais e estamos a ter tudo isso em consideração”, disse ainda, reconhecendo que a situação no local é “muito delicada” e representa algum risco.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 54.000.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

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