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Covid-19: Empresários açorianos querem "decisões céleres" para "medidas específicas"

LUSA
03-04-2020 17:18h

A Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada (CCIPD) defendeu hoje "decisões céleres" na "criação de medidas específicas para os Açores", para que "mais empresas possam continuar a sua atividade" e manter empregos durante a pandemia de covid-19.

"Entende a direção que a atual situação exige decisões céleres na criação de medidas específicas para os Açores, de forma a que mais empresas possam continuar a sua atividade e a manutenção do máximo possível de postos de trabalho", lê-se num comunicado divulgado à comunicação social, na sequência de uma reunião realizada pela entidade na quinta-feira.

A Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada analisou a situação socioeconómica dos Açores e a decisão governamental do estabelecimento de cercas sanitárias em todos os concelhos de São Miguel.

A entidade diz compreender as medidas agora implementadas pelo Governo dos Açores para impedir o surgimento de cadeias de transmissão de covid-19, particularmente "num período habitual de viagens e de eventos públicos", mas "estas medidas, sendo necessárias para prevenir comportamentos de risco, impõem ainda mais graves restrições ao funcionamento da economia e das empresas, amplificando a preocupação da manutenção futura de postos de trabalho".

E prossegue o texto: "A duração desta crise, com o estado de emergência a ser prolongado a nível nacional, e as demais medidas que têm vindo a ser tomadas, como é agora o caso da cerca sanitária na ilha de S. Miguel, reconhecidamente necessárias no contexto de combate ao covid-19, têm, colateralmente, como efeito o aprofundar da crise económica".

Para a direção da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada, é necessário que as medidas direcionadas para as empresas tenham "uma maior abrangência ao nível das atividades e tipologias de organização, assim como de intensidade nos montantes dos apoios, para que possam efetivamente atenuar os profundos impactos negativos que a economia em geral e as empresas em particular estão a atravessar, com reflexos inevitáveis ao nível do emprego.

Até à data, foram detetados na região 66 casos positivos para infeção pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, que causa a doença covid-19, sendo 31 em São Miguel, 11 na ilha Terceira, três na Graciosa, sete em São Jorge, nove no Pico e cinco no Faial.

Na quinta-feira, o Governo dos Açores decidiu fixar cercas sanitárias nos seis concelhos da ilha de São Miguel, para fazer face à pandemia de covid-19 na região, medida que vai vigorar até 17 de abril.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 940 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 47 mil.

Portugal regista hoje 246 mortes associadas à covid-19, mais 37 o que na quinta-feira, e 9.886 infetados (mais 852), segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

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