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Covid-19: Associação PRO.VAR considera medidas de apoio às empresas um “engodo”

LUSA
03-04-2020 16:53h

A associação PRO.VAR - Promover e Inovar a Restauração Nacional considerou hoje que as medidas do Governo de apoio às empresas para fazer face à crise causada pela covid-19 "não passam de um engodo ou presente envenenado".

Estas medidas, que começam a ser implementadas, são "claramente insuficientes" e "não servem" para a maioria das microempresas, referiu, num comunicado enviado à Lusa.

"Entendemos que não passam de um engodo ou um presente envenenado, pois parecem ser virtuosas, mas estão feridas de morte pelo facto de existirem "alçapões" armadilhados", vincou.

A associação advertiu que o `lay-off´ "não serve" para as microempresas, porque foram obrigadas a encerrar e, não tendo quaisquer tipo de receitas, são obrigadas a garantir salários e agora a assegurar os empregos, sublinhou.

Na nota, a PRO.VAR ressalvou que o acesso ao crédito "está longe de corresponder" às garantias dadas pelo ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, que garantiu que os custos somados com a operação não ultrapassariam, no total, os 1,5%, mas "aquilo que se tem verificado é bem diferente, pois os valores atingem o dobro do anunciado".

Por esse motivo, a associação pediu prudência e desaconselha os empresários a aceder ao crédito das linhas protocoladas por serem "muito penalizadoras" num contexto económico que se prevê ser "muito incerto" e, por isso, "muito difícil" para os próximos anos.

Lamentando a "falta de coragem" do Governo de António Costa por não ter ido mais longe nas medidas direcionadas às microempresas, a PRO.VAR reconheceu, contudo, que no muito curto prazo possam servir, mas terão um efeito "muito curto" e, em breve, irá assistir-se a um conjunto de falências e despedimentos em massa.

"A PRO.VAR prevê por isso, que em breve, cerca de um terço das empresas (30.000) do setor da restauração sejam encerradas definitivamente e 50% (150.000) dos trabalhadores fiquem no desemprego", frisou.

Já quanto à proibição de deslocação de pessoas fora das zonas de residência na semana da Páscoa, a associação concordou com o facto das medidas serem "efetivas para proteger e salvar mais vidas", mas são "muito excessivas" e penalizam de forma "vil" o setor da restauração.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 246 mortes, mais 37 do que na véspera (+17,7%), e 9.886 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 852 em relação a quinta-feira (+9,4%).

Dos infetados, 1.058 estão internados, 245 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 68 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, mantém-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.

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