O PCP/Madeira considerou hoje “inaceitável” que as empresas do setor da aviação estejam a obrigar os seus trabalhadores a serem “os primeiros pagar a fatura da crise” provocada pela pandemia da covid-19.
“É inaceitável que empresas como a Aeroportos de Portugal-ANA, a Graundforce, a Portway, a Ibersol, entre outras, que ao longo dos últimos anos lucraram centenas de milhões de euros com a gestão dos aeroportos, agora, queiram fazer com que os seus trabalhadores sejam os primeiros a pagar a fatura da crise do setor da aviação, decorrente da pandemia covid-19”, pode ler-se no comunicado divulgado pelos comunistas na região.
Esta força partidária manifesta a sua solidariedade para com os trabalhadores deste setor que “estão a ser confrontados com a destruição de postos de trabalho, com o lay-off, com a redução salarial, a antecipação das férias e, até mesmo, com o ‘convite’ com a solicitação de licenças sem vencimento”.
Os comunista madeirenses destacam que estão a ocorrer “situações de recurso abusivo ao ‘lay-off’”, discordando das consequências “negativas” destes processo.
Expressam ainda serem “frontalmente contra a destruição de postos de trabalho, como também está a acontecer nos aeroportos da Madeira”, mencionando existirem “ situações em que os contratos não estão a ser renovados aos trabalhadores com vínculos precários nas empresas que laboram nos aeroportos da Madeira e Porto Santo, incluindo a própria ANA, a empresa concessionária dos Aeroportos” do arquipélago.
O PCP sustenta não ser “aceitável que estejam a ser propostos aos trabalhadores da ANA a redução dos vencimentos, a antecipação de férias e, até mesmo, que estejam a convidar, indevidamente, os trabalhadores a tirar licenças sem vencimento, quando está em causa uma empresa que ao longo dos últimos anos lucrou mais de 400 milhões de euros”.
O PCP defende no mesmo documento que os contratos temporários dos trabalhadores “devem ser mantidos” e devem ser “tomadas medidas no sentido de assegurar a garantia de todos os direitos laborais, sem perdas de salários, para garantir que os trabalhadores tenham as suas vidas e os seus direitos defendidos nessas empresas que recorram ao regime de ‘lay-off’”.
No entender do PCP/Madeira, o combate a esta pandemia não pode ser usado “como pretexto” para as empresas aproveitarem para promover o “espezinhar dos direitos laborais e transformar as relações laborais num verdadeiro pandemónio, com gravíssimas consequências para quem vive da sua força de trabalho”.
O PCP na região anuncia que pretende questionar o Governo Regional sobre esta situação, sublinhando ser importante “saber se as autoridades regionais com competências em matéria do trabalho estão ou não a intervir no sentido de que os trabalhadores dos Aeroportos da Madeira e Porto Santo não venham a ser vítimas de políticas empresariais que coloquem em causa os postos de trabalho e os fundamentais direitos laborais”.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais cerca de 54.000 morreram.
Dos casos de infeção, cerca de 200.000 são considerados curados.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 246 mortes, mais 37 do que na véspera (+17,7%), e 9.886 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 852 em relação a quinta-feira (+9,4%).
De acordo com os últimos dados divulgados pelo Instituto de Administração da Saúde da Madeira (Iasaúde), divulgados quinta-feira, a região mantinha 43 casos.