O movimento nas fronteiras de Moçambique caiu 36% no período entre 21 e 27 de março, comparando com 2019, anunciou o Serviço Nacional de Migração (Senami).
De acordo com os dados divulgados semanalmente pela instituição e consultados hoje pela Lusa, entre aquelas datas atravessaram os postos de travessia 62.351 viajantes de diversas nacionalidades contra 97.638 do período homólogo.
A queda deve-se às restrições de entrada resultantes das medidas de prevenção da doença respiratória covid-19 anunciadas pelo Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, em 20 de março.
Os postos de travessia de Machipanda (Zimbabué), Cuchamano (Zimbabué) e Ressano Garcia (África do Sul) são os que registaram a maior redução no período em análise.
No mesmo período, o Senami recusou a entrada no país a 419 cidadãos estrangeiros de várias nacionalidades devido a diversas falhas nos requisitos de entrada no país, mas também devido a restrições impostas pela pandemia da covid-19.
De acordo com o Senami, o trânsito de mercadorias decorre normalmente dado que as limitações ligadas ao novo coronavírus não abrangem a circulação de carga feita por operadores autorizados.
Moçambique vive em estado de emergência durante todo o mês de abril com espaços de diversão e lazer encerrados, proibição de todo o tipo de eventos e aglomerações superiores a 20 pessoas e limitações na lotação de transportes.
Durante o mesmo período, as escolas estão encerradas e a emissão de vistos para entrar no país está suspensa.
O país regista oficialmente 10 casos de infeção pelo novo coronavírus, sem mortes.
A pandemia afeta já 50 dos 55 países e territórios africanos, com mais de 7.000 infeções e 280 mortes, segundo o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC). São Tomé e Príncipe permanece como o único país lusófono sem registo de infeção.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 54 mil.
Dos casos de infeção, cerca de 200.000 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.