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Covid-19: Central sindical moçambicana contra substituição de salários

LUSA
03-04-2020 13:15h

O secretário-geral da Organização dos Trabalhadores Moçambicanos (OTM-Central Sindical) considerou hoje à Lusa precipitada a proposta avançada pelos patrões de suspenderem salários e de o Estado, com o apoio de doadores, passar a suportá-los devido à covid-19.

"A OTM considera precipitado falar de suspensão de salários, porque ainda é muito cedo para ter uma ideia do impacto que a pandemia vai provocar e porque o Governo tem anunciado várias medidas", declarou Alexandre Muambengu.

O dirigente pediu ainda que se evitem ações unilaterais, apelando à concertação.

"Posições não inclusivas e unilaterais não nos vinculam, temos fóruns próprios onde devem ser discutidas questões sobre o diálogo social", declarou o secretário-geral da OTM.

Alexandre Munguambe adiantou que o Governo, empregadores e sindicatos poderão reunir-se na próxima semana em sede da Comissão Consultiva do Trabalho (CCT) para debater matérias relacionadas com o desempenho da economia, emprego e salário.

Com base num estudo que divulgou esta semana, a Confederação das Associações Económicas (CTA), a maior organização patronal em Moçambique, defendeu a substituição de uma parte dos salários dos trabalhadores por subsídios a serem pagos através dos recursos do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) e fundos comparticipados pelos parceiros internacionais, para salvar as empresas da bancarrota.

Devido à covid-19, o ministro da Economia e Finanças de Moçambique, Adriano Maleiane, já reviu em baixa o crescimento económico para este ano.

Em vez do crescimento de 4,8% previsto para 2020., as previsões oficiais apontam agora para 2,2% num cenário pessimista e 3,8% num cenário otimista.

Moçambique regista 10 casos oficiais de infeção pelo novo coronavírus e vive em estado de emergência até final do mês, proibindo todo o tipo de eventos, públicos ou privados e até religiosos.

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