O PCP de Oliveira de Azeméis criticou hoje a Divisão de Plásticos do Grupo Simoldes, sediada nesse concelho, por despedir "centenas de trabalhadores" temporários quando em 2018 a unidade teve resultados líquidos superiores a 10 milhões de euros.
Em comunicado, a estrutura comunista diz que em causa estão "centenas de trabalhadores que ficam com a vida suspensa apesar de fazerem falta todos os dias" nessa fábrica do distrito de Aveiro e atribui o despedimento à crise provocada pela Covid-19, que "tornou ainda mais evidentes as fragilidades e pressões a que os funcionários são sujeitos", em particular os que laboram com vínculo precário.
"O Grupo Simoldes - Plastic Division é um dos maiores empregadores do concelho de Oliveira de Azeméis e teve no ano de 2018 resultados líquidos acima dos 10 milhões de euros, segundo a lista das 500 melhores empresas de Aveiro - isto só nos plásticos. Além disso, o grupo tem recorrido a fundos comunitários para expandir o seu negócio", afirma o PCP.
O partido diz que a Simoldes começou por enviar os trabalhadores para casa a 19 de março, "impondo férias ou recorrendo ao banco de horas", porque "deixou de poder entregar a mercadoria aos seus clientes"
Isso é particularmente grave para a estrutura comunista, considerando que essa alternativa foi agora "imposta" aos mesmos trabalhadores "que muitas vezes viram recusada a sua vontade de usar o banco de horas para tratar de coisas pessoais ou para descansarem".
O PCP lamenta depois que os primeiros profissionais dispensados tenham sido "os funcionários da empresa de trabalho temporário Kelly", apesar de a Simoldes os ter informado que, após o atual período de crise, esses poderiam voltar a exercer funções na unidade, "demonstrando assim o efeito pernicioso do regime do trabalho temporário".
A Lusa contactou a fábrica e duas fontes da Simoldes Plásitcos, mas ninguém prestou esclarecimentos sobre o assunto.
O novo coronavírus responsável pela pandemia da covid-19 foi detetado na China em dezembro de 2019 e já infetou mais de 940.000 pessoas em todo o mundo, das quais mais de 47.000 morreram. Ainda nesse universo de doentes, cerca de 180.000 recuperaram.
A doença afeta agora sobretudo o continente europeu, onde se registam mais de 508.000 casos confirmados e de 34.500 mortos.
Em Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, o último balanço da Direção-Geral da Saúde indicava 9.034 infeções confirmadas. Desse universo de doentes, 209 morreram, 1.024 estão internados em hospitais, 68 recuperaram e os restantes convalescem em casa ou noutras instituições.
A 17 de março, o Governo declarou o estado de calamidade pública no concelho de Ovar e, desde o dia 19, todo o país está em estado de emergência, sendo que a Assembleia da República aprovou hoje o prolongamento dessa medida até ao dia 17 de abril