De acordo com alguns relatos de voluntários não estaria a ser possível alimentar os sem-abrigo nas ruas de Lisboa e um deles alertou mesmo para um cenário “desolador”. Em entrevista ao Canal S+, a Diretora-Geral da Comunidade Vida e Paz, refere que “as coisas já não estão nesses termos”.
Segundo Renata Alves, o cenário é mais favorável numa altura em que o número de ceias a ser distribuído pelas ruas da capital duplicou para 800 refeições.
Para a diretora-geral desta instituição, as notícias veiculadas através da comunicação social fez com que vários voluntários reconsiderassem e voltassem às ruas garantindo assim a entrega das refeições às pessoas que dependem deste apoio, que por esta altura são em maior número.
Estes voluntários, que estão dotados dos equipamentos de proteção individual necessários, partilham também com a comunidade sem-abrigo folhetos informativos com as recomendações emanadas pela Direção-Geral da Saúde.
Relativamente ao apelo publicado pela Comunidade Vida e Paz há cerca de duas semanas, onde solicitavam a doação de alguns equipamentos de proteção individual, como luvas, máscaras, desinfetantes e também bens alimentares são agora necessidades “muito menores”, refere a psicóloga.
Apesar das necessidades alimentares estarem por agora garantidas, Renata Alves alerta ainda para a necessidade de garantir um teto para estas pessoas, que são um grupo de risco, numa altura em que “nos é pedido que fiquemos em casa, eles não têm casa onde possam estar recolhidos e protegidos”.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 940 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 47 mil.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 209 mortes, mais 22 do que na quarta-feira (+11,8%), e 9.034 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 783 em relação à véspera (+9,5%).