O ministro das Finanças e vice-chanceler alemão, Olaf Scholz, apoia ajudas europeias, de 200.000 milhões de euros, para lutar contra o impacto económico da covid-19 nos países mais vulneráveis, revela hoje o jornal "Handelsblatt".
Concretamente, Scholz pensa em créditos do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEDE) e do Banco Europeu de Investimento (BEI), bem como na criação de um novo seguro de desemprego para financiar modelos de redução de tempo de trabalho subsidiado, adianta o jornal que cita como fonte "círculos do Governo".
Ao co-presidente do Partido Socialdemócrata (SPD), ao qual Scholz pertence, Norbert Walter-Borjans, pareceu-lhe positiva a ideia em declarações ao "Handelsblatt".
"A proposta de Olaf Scholz baseada em créditos do MEDE é correta", disse Walter-Borjans.
Walter-Borjans chegou à presidência do SPD, juntamente com Saskia Eskien, depois de derrotar Scholz, que se apresentava conjuntamente com Klara Geywitz, numa consulta aos militantes.
Walter-Borjans é partidário da criação de títulos de dívida comum, os denominados "coronabonds", mas está ciente de que o maior parceiro da coligação governamental (na que participa o SPD), a União Democrata Cristã (CDU) de Angela Merkel e a sua ala bávara, União Social Cristã (CSU), não estão dispostos a abrir caminho.
Segundo Walter-Borjans, enquanto nem os sócios da coligação nem outros países europeus estejam dispostos a aprovar a criação dos "eurobonds" é necessário "procurar outros caminhos para dar liquidez a países em crise o mais rapidamente possível".
De acordo com o "Handelsblatt", a ideia de Scholz inclui créditos de 100.000 milhões de euros do MEDE para apoiar países como Itália ou Espanha.
A estes créditos juntar-se-ão 50.000 milhões do BEI e entre 50.000 e 100.000 milhões de euros para financiar o novo seguro de desemprego europeu.
O BEI deveria garantir créditos a empresas em problemas que deveriam ser concedidos por instituições nacionais.
O "Handelsblatt" recorda ainda que Scholz nunca foi defensor de títulos de dívida comum, mas adianta que o ministro está ciente tanto dos repetidos apelos da Europa do sul para recorrer a esse instrumento, como do ceticismo que há na Alemanha em relação ao mesmo.