“Os bombeiros de Ovar, que viram as nossas publicações na internet, contactaram a FCL Imagem e a empresa disponibilizou de imediato tudo o que podia disponibilizar e contactaram-nos, porque não tinham como transportar as viseiras de forma imediata e eles queriam-nas para ontem”, contou Rui Monteiro.

Este responsável explicou que, “no carro do motoclube, levado por uma única pessoa, por razões de segurança, vai mais de uma centena de viseiras”, apesar de “a empresa estar a tentar arranjar o máximo possível, mas mais de uma centena já está garantida”, assumiu.

A encomenda “vai ser entregue amanhã [quinta-feira] junto do cordão de segurança do cerco sanitário” que está instalado em Ovar, uma vez que o Governo declarou no dia 17 de março o estado de calamidade pública para o concelho.

Este pedido surgiu “porque o motoclube tem colocado na página da internet e nas redes sociais as doações que fez nos últimos dias, de mais de uma centena de viseiras pagas pelo motoclube e pelos sócios” que, neste momento, somam 472.

“Fizemos as viseiras numa empresa nacional, mais, numa empresa de Viseu, da nossa terra, a FCL Imagem, que sempre colaborou com o motoclube na publicidade e com quem temos boa relação”, disse.

Essas viseiras foram distribuídas pelo Centro Hospitalar Tondela Viseu, nos Bombeiros Voluntários e nos Sapadores de Viseu, na PSP, na GNR, na Polícia Municipal e na Cruz Vermelha Portuguesa em Viseu.

“E também já deixámos na VMER e no INEM e nos Bombeiros Voluntários de Santa Comba Dão que, entretanto, também nos solicitou, mas já não nos é mais comportável pelos custos e porque também já não estão a produzir”, revelou.

Rui Monteiro contou que a empresa, sediada na freguesia de Mundão, concelho de Viseu, “estava fechada com os funcionários em casa a cumprirem o isolamento social”, mas, perante o pedido do motoclube, “reuniram um grupo de colaboradores para produzirem as viseiras que são munidas de ficha técnica”.

O Motoclube de Viseu tem também em mãos outra iniciativa, a de “levar bens alimentares e da farmácia a casa dos sócios e familiares que “por diversas razões, como a de pertencerem a grupos de risco, não podem mesmo sair de casa”.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 870 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 44 mil.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 187 mortes, mais 27 do que na véspera (+16,9%), e 8.251 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 808 em relação a terça-feira (+10,9%).

Dos infetados, 726 estão internados, 230 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.