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Covid-19: Senegal prepara ajuda alimentar a metade do país

LUSA
01-04-2020 19:15h

O Senegal prepara-se para levar ajuda alimentar de urgência a cerca de oito milhões de habitantes expostos ao efeito da pandemia do novo coronavírus, anunciaram hoje as autoridades.

Com esse intuito, o Governo senegalês publicou na imprensa concursos públicos para a aquisição de 5.000 toneladas de arroz, 500 toneladas de açúcar, mil toneladas de massa, 10 mil litros óleo e sabão.

Estes produtos destinam-se a um milhão de lares desfavorecidos onde “os meios de consumo, de nutrição e de subsistência” são impactados pela pandemia, informa o comunicado que acompanha o concurso, salientando que serão atribuídos a cerca de oito milhões de senegaleses, ou seja, metade de população deste país.

Estes anúncios são publicados numa altura em que existe uma forte especulação sobre um possível fortalecimento das medidas tomadas contra a propagação da pandemia.

As autoridades declararam 'estado de emergência' e impuseram o recolher noturno obrigatório.

Face à propagação da doença, está aberta a possibilidade de ser decretado o confinamento obrigatório.

O Senegal declarou a existência de 190 pessoas infetadas pelo novo coronavírus, tendo a primeira vítima mortal sido registada esta terça-feira.

Cerca de 40 por cento da população vive abaixo do limiar da pobreza, com rendimentos inferiores a 1,75 euros por dia, segundo dados do Banco Mundial.

Apertar as medidas de combate à propagação do vírus seria uma decisão política delicada uma vez que ainda é difícil quantificar os efeitos da pandemia na economia do país.

Segundo declarações recentes da ministra do comércio, Aminata Assome Diatta, existem bem alimentares suficientes no Senegal, mas o 'stock' pode acabar rapidamente se a procura for excessiva.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 870 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 44 mil.

Dos casos de infeção, pelo menos 172.500 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

 O número de mortes em África subiu para 196 nas últimas horas num universo de mais de 5.700 casos confirmados em 49 países, de acordo com as estatísticas sobre a doença no continente.

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