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Polícia moçambicana desmantela suposto esquema de roubo de medicamentos em Sofala

Lusa
07-10-2025 12:30h

Duas pessoas foram detidas por alegado esquema de roubo de medicamentos no Hospital Central da Beira (HCB), segunda maior unidade hospitalar de Moçambique, na província de Sofala, centro do país, anunciou hoje a polícia.

De acordo com o porta-voz do Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic) em Sofala, Alfeu Sitoe, a detenção do primeiro indiciado, de 60 anos, agente de serviço de segurança no hospital, aconteceu quando as autoridades apreenderam, em 25 de setembro, medicamentos do Sistema Nacional de Saúde na posse de um homem, que apontou o funcionário como fornecedor.

"Afirma o senhor que o cidadão detido em Machanga é o seu sogro e deu-lhe esses medicamentos para a venda e posteriormente mandar-lhe valores, apesar não ter conseguido quantificar o valor que ia receber com base neste negócio", disse o porta-voz, na conferência de imprensa realizada hoje na cidade da Beira.

Sitoe descreve que nas diligências realizadas na casa do suspeito foram encontradas várias centenas de medicamentos e outros produtos clínicos: "Ele, por sua vez, apontou a senhora, por sinal técnica de farmácia afeta à farmácia de urgência do Hospital Central da Beira, o que quer dizer que subentende-se um esquema de subtração de fármacos para posteriormente entregar a terceiros para fazer a venda".

A polícia avançou ainda que a mulher, de 49 anos, foi detida em 03 de outubro, e admitiu ter fornecido medicamentos, mas recusou tê-lo feito a troco de dinheiro.

"Queremos desde já apelar aos chefes dos setores, portanto, farmácia, segurança, depósito e outras áreas semelhantes nos hospitais, que tenham controle dos medicamentos, porque não se justifica que quantidades destas tenham saído da farmácia, tiradas por uma técnica de farmácia sem receita", apelou, afirmando que é "perigoso" a saída de fármacos não supervisionados das unidades sanitárias.

Segundo Alfeu Sitoe, decorrem ações para a identificação de outros envolvidos nestes alegados esquemas envolvendo funcionários do hospital.

O ministro da Saúde de Moçambique admitiu em agosto que se "rouba muito medicamento" nos hospitais do país, referindo que "desaparece tudo" em menos de 15 dias após distribuição dos fármacos nas unidades.

"Peço também vossa ajuda no controlo do roubo de medicamentos, rouba-se muito medicamento nos hospitais”, disse Ussene Isse, afirmando que o Estado moçambicano compra medicamentos que "até sobram" para o país, mas acabam em pouco tempo devido aos casos de furto.

O Governo moçambicano expulsou desde janeiro pelo menos 15 funcionários públicos do aparelho do Estado por envolvimento no furto de medicamentos nas unidades de saúde, noticiou a Lusa em 31 de julho.

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