O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, criticou hoje a “pequenina guerra de alecrim e manjerona” que disse bloquear o hospital de Évora e apelou à intervenção do primeiro-ministro, afirmando que a cidade parou no tempo.
“Quero daqui interpelar o Governo e o primeiro-ministro que não podemos ficar bloqueados numa pequenina guerra de alecrim e manjerona entre disputas de competências e que finalmente se coloque esse hospital ao serviço do país e ao serviço desta importante região”, apelou.
José Luís Carneiro, que discursava no comício de apresentação de Carlos Zorrinho à presidência da Câmara de Évora, na Praça do Giraldo, enfatizou a importância da vitória do PS neste concelho que, nas últimas autárquicas, os socialistas não conseguiram conquistar à CDU por menos de 300 votos.
Segundo o secretário-geral do PS “é incompreensível” que a conclusão do novo hospital de Évora esteja bloqueada por necessidades de infraestruturas e de acessos.
Em julho, o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, desafiou o Governo a assinar “já amanhã” o protocolo que permite ao município avançar com os acessos e infraestruturas do novo hospital da cidade.
O comunicado, assinado por Pinto de Sá, foi uma resposta às declarações que o líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, tinha feito após uma visita às obras do Hospital Central do Alentejo, integrada nas jornadas parlamentares PSD/CDS-PP, realizadas em Évora.
Na ocasião, Hugo Soares apelou ao presidente da Câmara de Évora para que seja “mais diligente e proativo” e assine “o protocolo que ainda não quis assinar, para que, pelo menos, depois de o hospital estar pronto”, possam existir acessos “num breve prazo”.
A despesa para a construção dos acessos e infraestruturas já foi aprovada em conselho de ministros em abril passado, no montante de 13,8 milhões de euros. O Governo estima que o hospital esteja concluído ou no fim de 2026 ou no início de 2027.
Considerando decisiva a eleição de Carlos Zorrinho, José Luís Carneiro considerou que o município, liderado pela CDU, parou no tempo.
“Quando os outros andam para a frente e nós estagnamos significa verdadeiramente que estamos a andar para trás e é disso que se está a falar hoje aqui em Évora com a candidatura do Carlos Zorrinho. Ele tem as prioridades certas em relação ao modelo e ao projeto de desenvolvimento”, disse.
Como secretário-geral do PS e que “aspira a ser primeiro-ministro”, José Luís Carneiro disse ser “muito importante” ter em Évora alguém que tenha a “visão estratégica” de Carlos Zorrinho porque “isso contribuirá a sul para afirmar Portugal no mundo”.
Carneiro terminou o seu discurso apelando a todos os socialistas para que façam “uma campanha com elevação”.
“Uma campanha que não deixe de apresentar as nossas propostas, que deixe de apresentar as nossas prioridades políticas mas façamo-la com elevação porque hoje a democracia está precisamente a carecer de cidadãs e de cidadãos que sejam todos os dias, nas suas atitudes e nos seus comportamentos, baluartes dos valores fundamentais da elevação cívica, da ética republicana”, pediu.