O parlamento sul-coreano aprovou hoje um projeto de lei histórico para acabar com a exigência da apresentação de uma licença médica pelos tatuadores.
A Coreia do Sul é atualmente o único país do mundo industrializado com tal restrição. A lei do tatuador, que foi aprovada pela Assembleia Nacional unicameral por 195 votos a 0, cria um sistema oficial de licenciamento para os tatuadores, colocando-os sob supervisão estatal.
Cerca de 20 a 30 tatuadores reunidos no Parlamento gritaram de alegria e abraçaram-se após a aprovação da lei. A legislação entrará em vigor após um período de carência de dois anos, que começa após a sua promulgação formal pelo Presidente sul-coreano, Lee Jae Myung. A assinatura presidencial é uma mera formalidade, já que Lee e o Ministério da Saúde deixaram claro o seu apoio à lei.
A aprovação do projeto de lei surge quando a opinião pública em relação às tatuagens está a mudar no país. No passado, as tatuagens estavam associadas a criminosos e máfias, mas agora são cada vez mais percebidas como uma forma de auto-expressão, com ídolos do K-pop [música pop coreana] e outras celebridades a exibirem tatuagens abertamente.
As restrições atuais remontam a um veredicto do Supremo Tribunal de 1992, que definiu as tatuagens como procedimentos médicos cosméticos, citando problemas de saúde que poderiam ser causados por agulhas e pela tinta das tatuagens.
As autoridades não aplicavam as restrições de forma agressiva, permitindo que os tatuadores trabalhassem de forma discreta.
O receio de investigações e punições levou muitos tatuadores a gerirem estúdios sem identificação e à porta fechada na Coreia do Sul, ou mesmo saindo do país para trabalhar nesta área.