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Polícia desmantela clínica clandestina no norte de Moçambique

LUSA
29-05-2025 20:58h

A polícia moçambicana anunciou que desmantelou hoje, na província de Nampula, norte do país, uma clínica clandestina, onde apreendeu diversos fármacos do Sistema Nacional de Saúde.

“Após a polícia ter tomado conhecimento da existência de uma clínica clandestina (...), a força operativa do comando deslocou-se ao local e efetuou diligências (...) e nesse processo foi possível desmantelar a respetiva clínica clandestina e neutralizar o indivíduo responsável”, declarou a porta-voz do comando distrital da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Nacala, Hermenegilda Jacob.

A polícia moçambicana avançou que a clínica funcionava na cidade de Nacala, província de Nampula, e que era usada para o tratamento de diversas doenças, incluindo internamento de pacientes, tendo detido o responsável.

O ministro da Saúde de Moçambique voltou a admitir na quarta-feira “desafios” para travar o roubo de medicamentos no país, mas adiantou que, só este ano, o Ministério da Saúde já expulsou cinco funcionários envolvidos no desvio dos fármacos.

O Governo moçambicano anunciou, no passado dia 11, que vai introduzir um sistema eletrónico para o controlo de medicamentos do sistema nacional da saúde para travar roubos e prometeu expulsar os profissionais do setor que forem encontrados a furtá-los.

“Devo aqui garantir publicamente, para a questão do roubo de medicamentos na saúde, [que] não haverá contemplações, tolerância zero. Aqueles que forem encontrados a roubar medicamentos e que são funcionários do Ministério da Saúde não terão espaço para trabalhar no sistema nacional de saúde. Tolerância zero, é para expulsar mesmo, não há negociação possível”, prometeu, então, o ministro da Saúde.

Ussene Isse garantiu que vai avançar com um sistema eletrónico para o rastreamento de medicamentos do sistema nacional de saúde, cuja intenção é travar os constantes relatos de casos de roubo de fármacos e outros equipamentos médicos.

“Significa que os medicamentos que vão entrar daqui para frente em Moçambique terão um selo e este selo, ao ser violado, está conectado a um sistema eletrónico, quer dizer que a digitalização vai trazer revolução no setor e vai-nos ajudar a controlar e a saber onde o medicamento está a ser vendido ou comercializado”, explicou.

Em março, seis pessoas, quatro das quais funcionários de centros de saúde, foram detidas na cidade da Beira, centro do país, por alegada tentativa de contrabando de medicamentos para a vizinha República do Zimbabué.

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